Três pontos sobre…
… Rei Pelé: ministro, ator e sua saúde
(Imagem: Veja – Editora Abril)
● Em 1995, quando assumiu a Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso criou o Ministério Extraordinário do Esporte, separando-o de outras áreas, como cultura e turismo. O segundo passo foi convidar para ministro desta pasta o Sr. Edson Arantes do Nascimento. Tomou posse em 03/01/1995 e deixou como legado uma lei que tem seu nome (nº 9.615/98), mas nos seus artigos não restaram quase nada do pensamento inicial. Aprovou o fim da lei do passe, o que foi marcante na história do futebol brasileiro. O principal intuito era a profissionalização dos clubes. Mas, no fim, o jogador deixou de ser escravo do clube para ser escravo de empresários. Essa nunca foi a intenção do trabalho do ministro e de sua equipe. Pelé deixou o cargo em maio de 1998. Com sua saída, o Presidente FHC extinguiu a pasta, novamente juntando com o turismo. O esporte só voltou a ter pasta separada com a expansão ministerial no início do mandato do Presidente Lula.
● Pelé também se tornou estrela da sétima arte. Atuou no cinema nos documentários “Isto é Pelé” (1974) e “Pelé Eterno” (2004). Esteve ao lado dos inesquecíveis Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, no filme “Os Trapalhões e o Rei do Futebol” (1986). Fez parte também da produção “Os Trombadinhas” (“Pelé contra o crime”) (1979), com os saudosos Raul Cortez e Paulo Goulart. No “Pedro Mico” (1985) foi dublado por Milton Gonçalves, pois o som original ficou inaudível. Esteve também em “O Barão Otelo no Barato dos Bilhões” (1971). Mas foi em 1981 que Pelé se tornou estrela de Hollywood, protagonizando o filme Fuga para a Vitória. O elenco contava com Sylvester Stallone e Michael Caine, além dos craques Bobby Moore, Osvaldo Ardiles e Kazimierz Deyna. Curiosamente, neste filme Pelé interpretou o personagem futebolista de Trinidad e Tobago “Luis Fernandez”, cuja posição era a verdadeira obsessão do Rei: goleiro. Apareceu também nos créditos dos filmes “Solidão. Uma linda hitória de amor” (1989), “Hotshot” (1987), “A vitória do mais fraco” (1983), “A Marcha” (1972). Além do cinema, também teve participações em séries televisivas, dentre outras, “Sai de Baixo”, “A Família Trapo” e foi protagonista da novela “Os Estranhos” (1969), na TV Excelsior, contracenando com astros como Rosamaria Murtinho, Regina Duarte, Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Zara e Stênio Garcia.
● Em 2014, quando Pelé contraiu uma infecção urinária, os médicos descobriram que ele não tinha um dos rins. Edson guardou esse segredo por quase 40 anos, mas confessou que precisou extrair o órgão nos Estados Unidos. Essa necessidade se originou de uma pancada tomada quando ainda jogava pelo Santos. Em uma das vezes que o Rei ficou internado, ele brincou: “Nunca tive medo de morrer. Sou um homem de três corações”, fazendo claro trocadilho com o nome da cidade onde nasceu. Pelé era o mais cotado para acender a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, mas infelizmente teve que recusar o convite por problemas de saúde. Ele está com dificuldade dese locomover sem uma bengala, por dores crônicas no quadril, em um corpo que durante décadas foi atlético, mas também foi surrado e maltratado diversas pancadas e lesões.
P.S.: Nesta série sobre Pelé, preferimos não mencionar em momento algum as polêmicas, como o namoro de sete anos com a Xuxa, a filha Sandra que ele não reconheceu e que faleceu de câncer sem nenhuma ajuda do pai e o envolvimento com drogas de seu filho Edinho. Apesar de ser temas relevantes, é motivo apenas de vergonha não só para Pelé, mas também para todos os fãs.