Três ponto sobre…
… Por que amo o Real Madrid?
Uma das formações do Real Madrid na temporada 1992/93 (Imagem: Football Memories / @footballmemorys)
Buyo; Chendo, Sanchís, Hierro e Nando; Martín Vázquez, Míchel, Luis Enrique e Prosinečki; Butragueño e Zamorano.
Esse era o time base do “poderoso” Real Madrid em meados de 1993, quando eu comecei a amar esse time. Por que? Não sei.
Seria muito mais fácil torcer para o Barcelona, bem treinado por Johan Cruijff, que ainda tinha no ataque o genioso Stoichkov e o genial Romário – ídolo de qualquer brasileiro na época.
Mas não! Foi amor à primeira vista! Me hipnotizei pelo uniforme branco, pelo símbolo com uma coroa, pelos gols de Butragueño e Zamorano, pelos lançamentos de Hierro, pela liderança de Sanchíz, pela raça de Chendo, pela história de Míchel.
O Barça tinha sido campeão da UEFA Champions League pouco antes e emendaria quatro títulos espanhóis na sequência. Eu nem sabia o que era a Champions e nem a Liga. Queria ver o Real Madrid jogar nas transmissões da TV Bandeirantes, ou então os gols do time no Esporte Total, também da Band.
Nunca será Raúl González Blanco: para sempre Raúl “Madrid” (Imagem: ESPN)
E esse carinho aumentou com a chegada dos brasileiros Roberto Carlos e Sávio. Antes, já tinha torcido para os madridistas na Copa de 1994. Quanta raiva me deu ao ver Luis Enrique (aquele mesmo, ingrato! – jogava no Real) sangrando após uma cotovelada do italiano Tassotti, e a minha Espanha sendo eliminada pelos “Baggios” Roberto e Dino.
Vi nascer, crescer e se agigantar Raúl González! O meu maior ídolo no futebol. Vi alguns melhores, mas não vi nenhum amar e honrar tanto esse manto blanco.
Veio o título da Champions de 1998, com Mijatović. Depois, em 2000, com um menino de 19 anos no gol: Iker Casillas. Em 2002, o auge dos galácticos, com o monstro Zinedine Zidane. “Ano sim, ano não, o Madrid é campeão!”
Gol de “Peđa” Mijatović, na final da Champions 1997/98 (Imagem: Doentes por Futebol)
E, logo depois, houve um longo e tenebroso inverno. Não havia quem desse jeito. Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Michael Owen, Ruud van Nistelrooy, Vanderlei Luxemburgo e sua legião de brasileiros, Fabio Capello… era vergonha atrás de vergonha em nível europeu. Conquistava uma Liga aqui, outra ali… mas, quem, de verdade, liga para La Liga?!
Enquanto isso, o rival da Catalunha doutrinava e ensinava o que era futebol, começando a se colocar de vez na história – coisa que o Real já tinha feito 50 anos antes…
Eis que Carlo Ancelotti trouxe o brio vencedor ao nosso time. Mas que, fala a verdade, só venceu porque tinha o azarado Atlético de Madrid do outro lado (talvez um dos times mais azarados do mundo). Sergio Ramos e seu minuto 93 ficou cravado na história. Era a tão sonhada La Décima.
Sergio Ramos e o lendário minuto 93 (Imagem: HTE Sports)
Em 2015, caiu na semifinal para a Juventus com um gol da “cria” Morata. Impediu uma histórica final com o Barça, do trio MSN. Francamente: creio que perderíamos. Foi melhor assim.
Melhor ainda, foi a temporada seguinte, a undécima, em nova vitória diante do Atlético. Dessa vez nos pênaltis. Seria a volta do “Ano sim, ano não, o Madrid é campeão!”? Não! Vencemos também em 2017 goleando a Juventus (outro time azarado) e em 2018, batendo um grande Liverpool.
Em 2018/19, a temporada acabou em março – dois meses antes. E daí?! Já não estamos no lucro? Três Champions seguidas, igualando os grandes Ajax (1971-1973) e Bayern de Munique (1974-1976), só atrás do próprio Madrid, que venceu cinco entre 1956 e 1960.
Gareth Bale “pedalou” na final da Champions 2017/18 (Imagem: UOL)
Acontece. Falta de planejamento e reposição, excesso de confiança, decadência de algumas “estrelas”… Aconteceu.
Comecei a amar esse clube em uma época de seca, sem títulos… Não é um ano infrutífero (depois de ótimas colheitas) que muda algo nesse amor.
Chendo, Amavisca, Sanz, Redondo, Panucci, Šuker, Seedorf, Zé Roberto, Illgner, Karanka, Guti, Morientes, Helguera, Salgado, McManaman, Makélélé, Figo, Beckham, Cristiano Ronaldo, Navas, Reguilón…
Não importa quem vista essa linda camisa branca. O nome Real Madrid e esse escudo pesa muito. Principalmente para os adversários. Com um pouquinho de juízo e maiores gastos da direção, vamos disputar firmes todos os títulos. É a nossa natureza. É Real Madrid.
Parabéns pelos seus 117 anos de histórias, Real Madrid C.F.!