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… São Paulo F.C. de todos os tempos

Três pontos sobre…
… São Paulo F.C. de todos os tempos


(Imagem: Três Pontos)

Em homenagem aos 91 anos de fundação do São Paulo Futebol Clube, fizemos a nossa seleção dos maiores jogadores de todos os tempos do clube.

Rogério Ceni; Cafu, Roberto Dias, Darío Pereyra e Leonardo; Gérson, Raí e Pedro Rocha; Careca, Leônidas da Silva e Serginho Chulapa. Técnico: Telê Santana.

Menções honrosas para, entre centenas de outros: Zetti, Oscar, Bauer, Müller, Canhoteiro e Muricy Ramalho.

#spfc #saopaulo #tricolor

… Evolução tática e regressão técnica do futebol brasileiro

Três pontos sobre…
… Evolução tática e regressão técnica do futebol brasileiro


(Imagem: Pedro Nunes / Reuters / Veja)

Historicamente, desde os primórdios, os torcedores brasileiros sempre questionaram o atraso tático do futebol tupiniquim em relação aos europeus, argentinos e uruguaios.

Essa crítica foi muito pesada em alguns momentos em especial. Na Copa do Mundo de 1938, a defesa composta por Domingos da Guia e Machado sofria sem a cobertura dos médios, ficando sempre em inferioridade quando era atacada. Tanto, que Domingos cometeu três pênaltis em quatro partidas.

No fatídico jogo decisivo da Copa de 1950, o buraco no lado esquerdo da defesa brasileira, entre Juvenal e Bigode, permitiu os dois gols uruguaios, que resultou no “Maracanazzo”.

Em 1982, a técnica dos homens de meio da Seleção Canarinho era tanta, que pouco se importava em fechar os espaços. A confiança era do tamanho das brechas que deram para Paolo Rossi fazer os três gols.

Em 1994, Carlos Alberto Parreira mudou essa rotina de fracassos táticos. “Fechou a casinha” e manteve a posse de bola o quanto pode. Deu certo, porque tinha a técnica de Bebeto e Romário lá na frente.

Em 2006, todos pensavam que o “quadrado mágico” iria resolver qualquer parada. Mas Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo não cumpriram as expectativas. Os laterais já mais velhos e em má fase e um meio campo que mais cercava do que marcava, deixava a zaga desguarnecida.

A partir de 2010, Dunga (um monstro tático quando jogava), preferiu jogadores à sua imagem e semelhança: tecnicamente medianos, mas cumpridores de funções.

O Brasil, mais do que nunca, cada vez mais cedo exporta “pé de obra” para o exterior. O jovem jogador vai atuar no futebol da Ucrânia, Rússia, Holanda, França, Turquia, etc… E se forma como atleta e até como ser humano, com características do país onde terminou sua formação.

O brasileiro, sempre elogiado e tendo como principais armas a técnica, habilidade, velocidade de pensamento e poder de decisão, perde um pouco disso. Aprende a marcar, a recompor o meio para ajudar na marcação, a fechar os espaços, mas, perde muito do improviso, da ginga – que é seu principal diferencial.

Por isso o futebol mundial está tão equilibrado, principalmente nos últimos 15 anos. Com a exportação em massa de jogadores jovens no mundo todo, o futebol internacional está nivelado taticamente. E, se o brasileiro não mantém seu diferencial, se nivela também.

Assistimos várias partidas se arrastando, sem que se consiga criar chances de gols – que saem, em grande parte, de bolas paradas. É muito mais fácil destruir do que construir.

É uma crise de identidade. Deixamos de ser nós mesmos para sermos mais dos outros.

Falando nisso, hoje o Brasil empatou com o Panamá por 1 x 1.


(Imagem: Pedro Nunes / Reuters / Veja)

… Por que amo o Real Madrid?

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… Por que amo o Real Madrid?

Uma das formações do Real Madrid na temporada 1992/93 (Imagem: Football Memories / @footballmemorys)

Buyo; Chendo, Sanchís, Hierro e Nando; Martín Vázquez, Míchel, Luis Enrique e Prosinečki; Butragueño e Zamorano.

Esse era o time base do “poderoso” Real Madrid em meados de 1993, quando eu comecei a amar esse time. Por que? Não sei.

Seria muito mais fácil torcer para o Barcelona, bem treinado por Johan Cruijff, que ainda tinha no ataque o genioso Stoichkov e o genial Romário – ídolo de qualquer brasileiro na época.

Mas não! Foi amor à primeira vista! Me hipnotizei pelo uniforme branco, pelo símbolo com uma coroa, pelos gols de Butragueño e Zamorano, pelos lançamentos de Hierro, pela liderança de Sanchíz, pela raça de Chendo, pela história de Míchel.

O Barça tinha sido campeão da UEFA Champions League pouco antes e emendaria quatro títulos espanhóis na sequência. Eu nem sabia o que era a Champions e nem a Liga. Queria ver o Real Madrid jogar nas transmissões da TV Bandeirantes, ou então os gols do time no Esporte Total, também da Band.


Nunca será Raúl González Blanco: para sempre Raúl “Madrid” (Imagem: ESPN)

E esse carinho aumentou com a chegada dos brasileiros Roberto Carlos e Sávio. Antes, já tinha torcido para os madridistas na Copa de 1994. Quanta raiva me deu ao ver Luis Enrique (aquele mesmo, ingrato! – jogava no Real) sangrando após uma cotovelada do italiano Tassotti, e a minha Espanha sendo eliminada pelos “Baggios” Roberto e Dino.

Vi nascer, crescer e se agigantar Raúl González! O meu maior ídolo no futebol. Vi alguns melhores, mas não vi nenhum amar e honrar tanto esse manto blanco.

Veio o título da Champions de 1998, com Mijatović. Depois, em 2000, com um menino de 19 anos no gol: Iker Casillas. Em 2002, o auge dos galácticos, com o monstro Zinedine Zidane. “Ano sim, ano não, o Madrid é campeão!”


Gol de “Peđa” Mijatović, na final da Champions 1997/98 (Imagem: Doentes por Futebol)

E, logo depois, houve um longo e tenebroso inverno. Não havia quem desse jeito. Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Michael Owen, Ruud van Nistelrooy, Vanderlei Luxemburgo e sua legião de brasileiros, Fabio Capello… era vergonha atrás de vergonha em nível europeu. Conquistava uma Liga aqui, outra ali… mas, quem, de verdade, liga para La Liga?!

Enquanto isso, o rival da Catalunha doutrinava e ensinava o que era futebol, começando a se colocar de vez na história – coisa que o Real já tinha feito 50 anos antes…

Eis que Carlo Ancelotti trouxe o brio vencedor ao nosso time. Mas que, fala a verdade, só venceu porque tinha o azarado Atlético de Madrid do outro lado (talvez um dos times mais azarados do mundo). Sergio Ramos e seu minuto 93 ficou cravado na história. Era a tão sonhada La Décima.


Sergio Ramos e o lendário minuto 93 (Imagem: HTE Sports)

Em 2015, caiu na semifinal para a Juventus com um gol da “cria” Morata. Impediu uma histórica final com o Barça, do trio MSN. Francamente: creio que perderíamos. Foi melhor assim.

Melhor ainda, foi a temporada seguinte, a undécima, em nova vitória diante do Atlético. Dessa vez nos pênaltis. Seria a volta do “Ano sim, ano não, o Madrid é campeão!”? Não! Vencemos também em 2017 goleando a Juventus (outro time azarado) e em 2018, batendo um grande Liverpool.

Em 2018/19, a temporada acabou em março – dois meses antes. E daí?! Já não estamos no lucro? Três Champions seguidas, igualando os grandes Ajax (1971-1973) e Bayern de Munique (1974-1976), só atrás do próprio Madrid, que venceu cinco entre 1956 e 1960.


Gareth Bale “pedalou” na final da Champions 2017/18 (Imagem: UOL)

Acontece. Falta de planejamento e reposição, excesso de confiança, decadência de algumas “estrelas”… Aconteceu.

Comecei a amar esse clube em uma época de seca, sem títulos… Não é um ano infrutífero (depois de ótimas colheitas) que muda algo nesse amor.

Chendo, Amavisca, Sanz, Redondo, Panucci, Šuker, Seedorf, Zé Roberto, Illgner, Karanka, Guti, Morientes, Helguera, Salgado, McManaman, Makélélé, Figo, Beckham, Cristiano Ronaldo, Navas, Reguilón…

Não importa quem vista essa linda camisa branca. O nome Real Madrid e esse escudo pesa muito. Principalmente para os adversários. Com um pouquinho de juízo e maiores gastos da direção, vamos disputar firmes todos os títulos. É a nossa natureza. É Real Madrid.

Parabéns pelos seus 117 anos de histórias, Real Madrid C.F.!

Sonho de aniversário

Sonhei com meu pai, em um sonho maluco em que assistíamos futebol. Ganhei meu presente de aniversário.

Nessa última noite, quando completei mais um ano de vida, com a cabeça cansada desses últimos dias difíceis, eu tive um sonho realmente biruta. Eu assistia à semifinal do Campeonato Mundial Interclubes.

No dia 29/12 eu escrevi no blog Três Pontos sobre o Steaua București, o primeiro campeão da UEFA Champions League situado no leste europeu. Como eu disse no texto, o Ministério da Defesa da Romênia quer impedir o atual dono do clube, o maluco Gigi Becali, de utilizar o nome, escudo e qualquer coisa que lembre o time, que foi fundado pelas Forças Armadas. Assim, não existirá mais o Steaua, mas ficará a história.

Incrivelmente, neste sonho, o campeão da Libertadores (que não lembro quem era) tinha perdido na semifinal para o Auckland City, da Nova Zelândia (!). O fraco time da Oceania estava na final e esperava o vencedor do outro lado da chave. O campeão da UEFA Champions League tinha desistido de participar do torneio e, assim, quem o substituiu não foi o vice, mas o campeão da Europa League (segundo torneio mais importante do Velho Continente), que foi o romeno Cluj. O Mundial foi realizado na própria Romênia e uma vaga era do campeão nacional, o Steaua.

O problema é que esse episódio envolvendo as Forças Armadas e o Steaua București impediu o clube de ter um time de futebol. Assim, uma equipe de futsal com esse nome foi criado e foi para o Mundial. Em cada jogo, o adversário deveria jogar futsal ao invés de futebol (!!! – tudo é possível nos sonhos).

Me lembro de estar assistindo a essa semifinal com o clássico romeno e pegar no sono quando o Steaua vencia por 1 a 0. Ao acordar já era o segundo tempo e o Cluj havia empatado. Virei para o lado e vi meu pai (que há mais de oito anos foi morar no céu). Ficamos conversando, já que estávamos torcendo para o Steaua, quando um brasileiro que jogava no Cluj acertou a trave em uma cobrança rápida de falta. Jogo empatado e, nos pênaltis, vitória do “nosso” time, que era praticamente campeão mundial, pois iria enfrentar um time amador na final. O último pênalti foi cobrado por um filho da lenda Gheorghe Hagi, maior craque da história do futebol da Romênia (ao acordar pesquisei e vi que ele realmente tem um filho jogador, Ianis Hagi, 18 anos, que atua na Fiorentina).

Acordei e rapidamente recordei uma conversa que tivemos certa vez: “Pai, o Hagi era realmente tão bom assim quanto dizem?”

Ele respondeu: “Mais ainda. Um dos melhores jogadores que já vi.”

Me deu ainda mais saudade do meu pai.


(Foto de 1987, eu e meu pai)

Originalmente publicado em meu perfil pessoal no Facebook.

… Jogadores que formaram meu caráter

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… Jogadores que formaram meu caráter

● Acompanho diariamente o excelente site “Todo Futebol” o fundador e editor Felipe Portes fez um texto titulado “Jogadores que formaram meu caráter”. No fim do post, ele convida aos que leram para respondermos com as respectivas listas.

https://medium.com/todo-futebol/jogadores-que-formaram-meu-car%C3%A1ter-650cd6e16b3f#.4emrg7cvt

● Fiquei pensativo ao fazer a lista e mais ainda quando a terminei, ao observar a pouca quantidade de brasileiros que constam nela. Apesar de ser contemporâneo de jogadores como Müller, Careca, Romário, Ronaldo, R10, Cafu, dentre outros, cheguei a conclusão de que, além das Copas do Mundo, foi a maior frequência das transmissões de futebol internacional na TV brasileira a maior responsável pela minha obsessão por futebol. Ressalto que não são necessariamente os melhores jogadores, mas são os que moldaram minha forma de pensar.

● Segue minha lista:

Rogério Ceni
Corajoso, pioneiro e fiel a um clube a vida toda.

Lilian Thuram
Muita segurança e confiança. Nunca tinha feito gols pela seleção francesa, mas acho que é porque não precisavam de seus gols. Quando necessário, fez dois numa semifinal de Copa. Impossível um exemplo de humildade e personalidade maior.

Carles Puyol
Se doava ao máximo para a equipe. Liderança incontestável.

Fabio Cannavaro
Difícil chamar um zagueiro de craque, mas ele era. Além do talento, era um trabalhador incansável desde seu início.

Roberto Carlos
Potência. Explosão. Não parecia, mas era humano e falhava. Mais acertava do que errava. E quando isso acontecia, sempre dava a volta por cima.

Fernando Redondo
Era do Real Madrid. Só isso vale. Era excelente marcador, mas tinha uma habilidade e inteligência que raramente vi. Poderia ser o “10” de qualquer time. Fazia o que queria dentro e fora de campo. Genial.

Carlo Ancelotti
Não é apenas um técnico top. Era um meia por excelência, o chamado “box-to-box”. Era um monstro.

– Alessandro Del Piero
Lenda. Nasceu pra ser campeão. Na Itália após a Segunda Guerra Mundial, só não foi maior que Roberto Baggio e (talvez) Francesco Totti, mas era mais vistoso de ver jogar. Eu sempre quis ser Del Piero. Acho que todos queríamos.

Raúl
Quatro letras que marcaram história. O maior jogador do maior clube de todo o mundo. Tanto o seu auge quanto o início de seu declínio foram cedo demais. Quando era mais difícil ganhar a UCL, fez isso 3 vezes como protagonista. Pode não ser o melhor jogador, mas é meu maior ídolo.

– Jardel
Qual o jogador na história que pode ter times campeões apenas por jogar em função dele? Jardel me ensinou a usar os pontos fortes para minimizar os pontos fracos.

– Gabriel Batistuta
Só o nome dele já impõe respeito e até temor e desespero nos adversários. Mesmo não sendo um fã de futebol, se doava ao máximo. Fica o exemplo: mesmo que você não tenha a profissão que sonhou, dê o seu máximo todos os dias; alguém certamente espera por isso.


(Imagens localizadas no Google)

… Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo?

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… Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo?


(Imagem: Move Notícias)

● Lionel Messi, sem sombra de dúvidas!
Messi é um fenômeno desde criança. Criança que não crescia e se fez enorme, ainda impossível de ser medido. Nasceu para ser campeão. Sua perna esquerda possui um ímã capaz que prender sem perder a bola por horas a fio. Incontáveis vezes campeão pelo Barcelona, sendo quatro vezes da UEFA Champions League, cinco vezes escolhido como melhor jogador do mundo, Leo ainda não está na parte descendente da carreira. Ainda veremos muito de Lionel Messi em um nível inalcançável. Talvez supere os maiores. O único “senão” da sua carreira (até agora) é a falta de um título pela seleção principal da Argentina. Sinceramente… isso fará mesmo tanta falta assim para se tornar imortal? Ou já é? Seu nome deveria ser “mágica”.

● CR7, com certeza!
Um menino da Ilha da Madeira que em um amistoso em 2003 amoleceu o duro coração de Sir Alex Ferguson, praticamente o obrigando a contratá-lo aos 18 anos, apenas para não ter que enfrentá-lo novamente. Um ponta driblador, que o tempo e a troca de clubes transformou no maior goleador do nosso tempo e um dos maiores atletas da história. Três vezes campeão da Champions e três vezes eleito o melhor do mundo, caminhando a passos largos para a quarta. Tem o que Messi não tem: um título pela sua seleção (no qual mesmo se lesionando na final, foi importante). No enorme Real Madrid, tem mais gols do que jogos. Tem fama de “pipoqueiro”, mas fez gols em duas finais de UCL e, na última, bateu o pênalti que garantiu o título. Seu nome deveria ser “gol”.

● Por que um OU outro?
Não são inimigos. São rivais, pois disputam os mesmos títulos coletivos e individuais. Exatamente por isso, o sucesso de um eleva o nível do outro, e vice-versa. É um círculo virtuoso. Ambos já estão no Olimpo da Bola. Devemos agradecer aos “deuses do futebol” que nos proporciona com dois monstros ao mesmo tempo. Nossa geração é privilegiada por isso. Vamos assistir e curtir cada página escrita na história por esses dois gênios iluminados.

E para você? Quem é melhor?