Três pontos sobre…
… 04/04/1959 – Argentina 1 x 1 Brasil
Argentina campeã da Copa América 1959 (Imagem: Goal)
● Na edição anterior do Campeonato Sul-Americano, a Argentina conquistou o título, embalada por jovens atletas, conhecidos como “Los Carasucias de Lima”. Agora, dois anos depois, o escrete albiceleste tinha que se refazer mais uma vez. Já não tinha mais Guillermo Stábile como técnico depois do fiasco de ter sido eliminado Copa do Mundo de 1958 (com direito a sofrer a maior goleada de sua história, um 6 x 1 para a Tchecoslováquia). Vários craques agora vestiam a camisa da seleção italiana, como Omar Sívori, Humberto Maschio e Antonio Valentín Angelillo. Assim, o país anfitrião da 26ª Copa América foi representado por jogadores com menos fama até então, como Jorge Griffa, Juan José Pizzuti, Héctor Sosa e Raúl Belén.
O grande favorito ao título era a Seleção Brasileira, que havia conquistado a Copa do Mundo na Suécia menos de um ano antes e viajou com força máxima. Dirigida por Vicente Feola, a base era a mesma: Gylmar, Castilho, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Mauro, Nílton Santos, Zito, Dino Sani, Zagallo, Didi, Garrincha e Pelé. Como novidades, dentre outros, apareciam nomes como os vascaínos Coronel (lateral esquerdo) e Almir Pernambuquinho (ponta de lança), o botafoguense Paulo Valentim (atacante) e o palmeirense Chinesinho (ponta esquerda).
Linha de frente de Seleção Brasileira: Garrincha, Pelé, Paulo Valentim, Didi e Zagallo. Na final, Chinesinho ocupou a ponta esquerda no lugar de Zagallo. (Imagem: Youtube)
● Mas o escrete canarinho começou mal, ao empatar com o Peru por 2 a 2. Depois, as quatro vitórias consecutivas voltaram a dar esperanças para o Brasil (3 a 0 sobre o Chile, 4 a 2 na Bolívia, 3 a 1 no Uruguai e 4 a 1 no Paraguai). Precisava vencer a Argentina em pleno Munumental de Núñez abarrotado por 85 mil hinchas.
Os donos da casa estavam com 100% de aproveitamento. Haviam vencido o Chile (6 x 1), a Bolívia (2 x 0), o Peru (3 x 1), o Paraguai (3 x 1) e o Uruguai (4 x 1). No torneio de pontos corridos, bastaria um empate com o Brasil para conquistar seu 12º título. E ele veio.
A comissão técnica formada por José Barreiro, José Della Torre e Victorio Spinetto escalou a Argentina no tradicional sistema WM.
O esquema tático implementado pelo treinador Vicente Feola foi o 4-2-4.
A Argentina abriu o placar com o meia direita Juan José Pizzuti aos 40 minutos de jogo.
Aos 13′ da etapa final, Pelé marcou e empatou a partida.
O garoto Pelé, já campeão do mundo e consagrado Rei, ainda tinha 18 anos. Foi o artilheiro da Copa América na única edição que disputou, anotando oito gols em seis jogos.
Foi pouco.
O empate por 1 x 1 e o título foi um consolo para os hermanos, ainda ressentidos pelo vexame de 1958.
Pelé marcou contra a Argentina, mas o Brasil não conseguiu vencer (Imagem: AFA)
● Ainda em 1959, a cidade equatoriana de Guayaquil inaugurou um novo estádio e solicitou a permissão da CONMEBOL para organizar um novo Campeonato Sul-Americano. A entidade concordou e, pela primeira e única vez em toda a história, houve duas edições da Copa América no mesmo ano. O torneio ganhou o status de “Campeonato Sul-Americano Extraordinário” e ocorreu de 05 a 25 de dezembro. O Uruguai se sagrou campeão, com a Argentina como vice e o Brasil com o 3º lugar. O detalhe é que a Seleção Brasileira foi representada pela Seleção Pernambucana, vice-campeã do antigo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais no mesmo ano de 1959.
Festa argentina pelo título conquistado em casa (Imagem: Impedimento)
● FICHA TÉCNICA: |
|
|
|
ARGENTINA 1 x 1 BRASIL |
|
|
|
Data: 04/04/1959 Estádio: Monumental de Núñez Público: 85.000 Cidade: Buenos Aires (Argentina) Árbitro: Carlos Robles (Chile) |
|
|
|
ARGENTINA (WM): |
BRASIL (4-2-4): |
Osvaldo Negri (G) |
1 Gylmar (G) |
Jorge Griffa |
2 Djalma Santos |
Juan Carlos Murúa |
3 Bellini (C) |
Juan Francisco Lombardo |
6 Orlando |
Eliseo Mouriño |
4 Coronel |
Vladislao Cap |
5 Dino Sani |
Ángel Nardiello |
8 Didi |
Juan José Pizzuti |
7 Garrincha |
Héctor Sosa |
9 Paulo Valentim |
Eugenio Callá |
10 Pelé |
Raúl Belén |
11 Chinesinho |
|
|
Técnicos: José Barreiro / José Della Torre / Victorio Spinetto |
Técnico: Vicente Feola |
|
|
SUPLENTES: |
|
|
|
Juan Bertoldi (G) |
Castilho (G) |
Luis Cardoso |
Mauro |
Julio Nuín |
Chico Formiga |
Carlos Griguol |
Paulinho de Almeida |
Carmelo Simeone |
Nílton Santos |
José Varacka |
Zito |
Oreste Corbatta |
Décio Esteves |
Roberto Brookes |
Dorval |
Osvaldo Güenzatti |
Almir Pernambuquinho |
Pedro Manfredini |
Henrique |
Juan José Rodríguez |
Zagallo |
|
|
|
|
GOLS: |
|
40′ Juan José Pizzuti (ARG) |
|
58′ Pelé (BRA) |
|
|
|
SUBSTITUIÇÕES: |
|
Juan Francisco Lombardo (ARG) ↓ |
|
Carmelo Simeone (ARG) ↑ |
|
|
|
Jorge Griffa (ARG) ↓ |
|
Luis Cardoso (ARG) ↑ |
|
|
|
Eugenio Callá (ARG) ↓ |
|
Juan José Rodríguez (ARG) ↑ |
|
|
|
Paulo Valentim (BRA) ↓ |
|
Almir Pernambuquinho (BRA) ↑ |