Três pontos sobre…
… 30/05/1962 – Chile 3 x 1 Suíça
O zagueiro chileno Raúl Sánchez pula para bloquear um chute de Charles “Kiki” Antenen, capitão da Suíça (Imagem: Getty Images / FIFA)
● Depois de organizar duas Copas do Mundo seguidas na Europa, a FIFA não poderia escolher outro país europeu para sediar o evento. Por isso o torneio voltaria para a América do Sul, continente do novo campeão do mundo. Chile e Argentina disputaram o direito de sediar o Mundial. A escolha da FIFA acabou sendo o Chile.
Todos os jogos da Copa do Mundo de 1962 ocorreram às 15 horas, no horário local. Nessa quarta-feira, as ruas de Santiago estavam caóticas, com trânsito intenso.
Apesar de ter sido disputado simultaneamente com outras três partidas, este foi considerado o jogo de abertura do Mundial. Depois da marcha e desfile da banda da polícia militar, foram os políticos que roubaram a cena. Discursaram Jorge Alessandri, presidente do Chile, Juan Goñi, substituto do recém falecido Carlos Dittborn no comitê organizador, e Stanley Rous, presidente da FIFA. Só depois a bola rolou.
O Chile atuava no sistema 4-2-4, com muita força pelas pontas.
A Suíça era escalada em seu tradicional “Ferrolho”, criado por Karl Rappan na década de 1930. Em uma espécie de 4-4-1-1 bastante defensivo, foi o primeiro sistema tático a utilizar o líbero. Toda a equipe era posicionada atrás da linha de meio campo e ocupava todo o espaço possível em sua defesa para impedir os adversários de atacar. Ao recuperar a bola, era correria e contra-ataque.
● Os jogadores chilenos treinaram juntos por três meses, com o objetivo de ter sucesso em sua terceira Copa do Mundo.
Mas, surpreendentemente, a foi a Suíça que abriu o placar aos sete minutos de jogo. Rolf Wüthrich recebeu fora da área, driblou um adversário e chutou no ângulo. Um verdadeiro golaço. Surpresa no estádio Nacional.
Depois, como já era esperado, os suíços se trancaram na defesa. Apesar do grande domínio, os chilenos ainda demoraram um tempo para se recuperarem do baque. A Suíça teve outras chances, mas não as aproveitou.
Um minuto antes do intervalo, após cruzamento da direita, Jorge Toro escorou de cabeça e Leonel Sánchez finalizou de dentro da pequena área. A bola ainda desviou em um adversário e morreu dentro do gol. Agora, o placar estava igual, com um tento para cada.
Os mais de 65 mil presentes empurravam a seleção anfitriã, com os sempre tradicionais gritos de “CHI-LE, CHI-LE, CHI-LE! CHI-CHI-CHI, LE-LE-LE, VIVA CHILE!”
Aos 7′ da etapa final, Jaime Ramírez avançou pela esquerda, entrou na área e chutou forte. O goleiro Karl Elsener espalmou para frente. Ramírez ficou com o rebote e tocou mansamente no canto direito. Era a virada.
Quatro minutos depois, o placar foi alterado pela última vez. Honorino Landa tabelou com Alberto Fouilloux e cruzou rasteiro. Na pequena área, Leonel Sánchez pegou o rebote da trave e escorou para as redes, dando ponto final ao placar de 3 a 1 para os locais.
(Imagem: Foto-net / FIFA)
● O austríaco Karl Rappan era o técnico da Suíça desde 1938 – exceto breves intervalos. Ele foi o criador do forte sistema tático, ultra-defensivo, que ficou conhecido como “Ferrolho Suíço”. Mas nessa Copa, o esquema não funcionou. A Suíça já não tinha mais a eficiência e o caráter de surpreender com seu ferrolho. Depois da derrota para o Chile na estreia, perdeu por 2 a 1 para a Alemanha Ocidental e por 3 a 0 para a Itália. A retranca levou oito gols, marcou apenas dois e terminou em último lugar no Mundial.
O Chile começou nervoso, mas estreou em “sua” Copa com essa vitória de virada. Na sequência, venceu um jogo duríssimo contra a Itália por 2 a 0. A derrota por 2 a 0 para a Alemanha Ocidental deixou os anfitriões em segundo lugar do grupo. Nas quartas de final, o Chile bateu a União Soviética por 2 a 1. Na semifinal, parou no Brasil, de Garrincha, mesmo fazendo um jogo duro (derrota por 4 a 2). Ainda venceu a Iugoslávia (1 x 0) e terminou com um honroso 3º lugar, conquistado em casa.
(Imagem: Soccer Nostalgia)
● FICHA TÉCNICA: |
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CHILE 2 x 0 ITÁLIA |
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Data: 30/05/1962 Horário: 15h00 locais Estádio: Nacional Público: 65.006 Cidade: Santiago (Chile) Árbitro: Ken Aston (Inglaterra) |
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CHILE (4-2-4): |
SUÍÇA (FERROLHO SUÍÇO): |
1 Misael Escuti (G) |
1 Karl Elsener (G) |
2 Luis Eyzaguirre |
7 Heinz Schneiter |
3 Raúl Sánchez |
9 André Grobéty |
4 Sergio Navarro (C) |
5 Fritz Morf |
5 Carlos Contreras |
13 Hans Weber |
6 Eladio Rojas |
8 Ely Tacchella |
7 Jaime Ramírez |
17 Norbert Eschmann |
8 Jorge Toro |
14 Anton Allemann |
9 Honorino Landa |
21 Rolf Wüthrich |
10 Alberto Fouilloux |
18 Philippe Pottier |
11 Leonel Sánchez |
15 Charles Antenen (C) |
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Técnico: Fernando Riera |
Técnico: Karl Rappan |
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SUPLENTES: |
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12 Adán Godoy (G) |
2 Antonio Permunian (G) |
22 Manuel Astorga (G) |
3 Kurt Stettler (G) |
13 Sergio Valdés |
4 Willy Kernen |
14 Hugo Lepe |
6 Peter Rösch |
15 Manuel Rodríguez |
10 Fritz Kehl |
16 Humberto Cruz |
16 Richard Dürr |
17 Mario Ortiz |
11 Eugen Meier |
18 Mario Moreno |
12 Marcel Vonlanthen |
19 Braulio Musso |
19 Gilbert Rey |
20 Carlos Campos Silva |
22 Roberto Frigerio |
21 Armando Tobar |
20 Roger Vonlanthen |
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GOLS: |
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6′ Rolf Wüthrich (SUI) |
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44′ Leonel Sánchez (CHI) |
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51′ Jaime Ramírez (CHI) |
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55′ Leonel Sánchez (CHI) |
Melhores momentos da partida:
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