Três pontos sobre…
… Real Madrid 3 x 1 Paris Saint-Germain
(Imagem: RealMadrid.com)
● Apesar da má fase, o Real Madrid começou teoricamente com o que tem de melhor, em um 4-4-2 com o meio campo em losango. Se não tem outro centroavante, vai de Karim Benzema mesmo. Como Carvajal estava suspenso, apostou na maior segurança defensiva de Nacho, ao invés do jovem Achraf Hakimi. Zidane preferiu apostar no sistema que deu a 12ª “Orelhuda” ao Madrid, ao invés de lançar Gareth Bale no lugar do (sempre) apagado Benzema. (Não é nada pessoal… Ele joga muito! Mas atualmente está jogando menos do que nada.)
Em relação ao PSG, não podemos afirmar que veio com sua melhor escalação. Para começar, Unai Emery resolveu mexer na defesa, trocando o capitão Thiago Silva pelo jovem Presnel Kimpembe. Na lateral esquerda, preferiu Yuri Berchiche a Layvin Kurzawa. Com Thiago Motta lesionado, o recém-chegado Lass Diarra ficou no banco e o meio campo ficou leve, com Verratti, Rabiot e Lo Celso (um meio leve e bom de passes, mas um tanto frouxo na marcação). No ataque, o trio de sempre. E nada de Ángel Di María, o jogador em melhor fase no time.
● O Madrid começou marcando pressão no campo de ataque, mas aguentou apenas poucos minutos. Criou chances, com Cristiano Ronaldo batendo cruzado para fora e Toni Kroos chutando da entrada da área, em boa defesa de Aréola.
Pouco depois, em um contra-ataque, Marcelo faz um lançamento sensacional da esquerda, encontrando CR7 vindo em velocidade pelo meio. O português adiantou demais e chutou a bola no rosto do goleiro francês, perdendo claríssima oportunidade.
Como quem não faz, leva, aos 33 minutos de jogo, Kylian Mbappé fez grande jogada pela direita e cruzou rasteiro. Cavani fez o corta-luz, Neymar não consegue o domínio, Nacho toca para trás e a bola sobra para Adrien Rabiot, sozinho, bater de pé direito e inaugurar o marcador.
No finalzinho da primeira etapa, Marcelo acha Benzema, que chuta de primeira da entrada da área, para boa defesa de Aréola. Na cobrança curta de escanteio, Toni Kroos invade a área pela esquerda e é derrubado infantilmente por Lo Celso. O alemão valorizou na queda, mas o pênalti foi indiscutível. Na cobrança, CR7 bate cruzado e forte, no canto direito do goleiro, que foi na bola, mas não conseguiu alcançar. Tudo igual no fim do primeiro tempo. O placar não era injusto, mas o PSG foi ligeiramente melhor nos primeiros 45 minutos.
No início do segundo tempo, Neymar puxa contra-ataque e toca para Mbappé chutar cruzado, forte e rasteiro, mas Keylor Navas defendeu. Depois, em uma cobrança de escanteio, Sérgio Ramos esticou o pé e tirou um gol certo de Kimpembe.
Poucos entenderam a alteração do péssimo Unai Emery, ao tirar Edinson Cavani e colocar Thomas Meunier na lateral direita, avançando Daniel Alves para o meio. Mesmo assim, o PSG esteve perto de matar o jogo, quando Berchiche chutou cruzado e a bola passou por Mbappé e Daniel.
Zidane já havia trocado o inúcuo Benzema por Gareth Bale, mas quando faltava dez minutos para o fim, o Madrid foi para o “tudo ou nada”. Tirou Casemiro e Isco, colocando Lucas Vázquez e Marco Asensio bem abertos pelas pontas. Seria uma espécie de 4-4-2, partindo para um 4-2-4. Poderia ter dado errado, principalmente por ter tirado Casemiro, o homem do balanço defensivo, mas deu tudo certo para o gigante espanhol.
Aos 38 minutos do segundo tempo, Luka Modrić encontra Asensio pela esquerda. Ele cruza para a pequena área e Aréola espalma para o meio, bem onde está Cristiano Ronaldo, que só estica o joelho e bota a bola nas redes. Era o seu 116º gol na história da Champions e o seu 101º com a camisa do Real Madrid. Era a virada.
O Real aproveitou um PSG ainda atordoado pela virada e aumentou a vantagem. Três minutos depois, Marcelo abre com Asensio e entra na área. O espanhol cruza rasteiro para o meio e o brasileiro emenda a bomba, ampliando o marcador.
(Imagem: RealMadrid.com)
● Di María terminou o jogo sem ter entrado em campo. Um absurdo. Bom para os merengues, que venceram um jogo equilibradíssimo, de nível técnico altíssimo de ambos os lados.
Para o técnico Unai Emery, a culpa da derrota foi da arbitragem, que assinalou um pênalti (claro) a favor do Madrid e deixou de marcar um (duvidoso) a favor de seu time, quando uma bola a queima roupa acertou o braço de Sergio Ramos, que estava colado ao corpo. Se a penalidade fosse marcada, não seria nenhum absurdo – assim como não foi absurdo deixar o jogo seguir.
O placar mais justo seria um empate ou uma vitória por um gol para qualquer um dos lados. Agora o Madrid leva uma vantagem, mas ela nem é tão grande. Um 2 a 0 para o PSG, que seria um placar normal, dá a vantagem aos franceses. Mas eles terão que aproveitar mais as várias chances criadas. E Neymar precisa jogar mais. Um candidato a melhor jogador do mundo precisa ser mais decisivo em partidas desse porte. Potencial para isso ele tem.
Ah, mais um detalhe: faltam exatos quatro meses para começar a Copa do Mundo.