… 01/07/2014 – Bélgica 2 x 1 Estados Unidos

Três pontos sobre…
… 01/07/2014 – Bélgica 2 x 1 Estados Unidos


Kevin de Bruyne comemora o primeiro gol do jogo (Imagem: Globo Esporte)

● Na primeira fase, a Bélgica foi líder do Grupo H com 9 pontos, vencendo Argélia (2 x 1), Rússia (1 x 0) e Coreia do Sul (1 x 0). Liderada por destaques de alguns dos maiores centros europeus (como, por exemplo, Eden Hazard, do Chelsea e Vincent Kompany, do Manchester City), a “ótima geração belga” fez jogos tecnicamente fracos não empolgou, como se esperava. Mas foi eficiente, com 100% de aproveitamento. De cotada a ser a grande surpresa do Mundial, estava começando a se tornar decepção.

Por sua vez, os Estados Unidos têm todos os méritos por ser superado o famigerado “Grupo da Morte”, o Grupo G. Na estreia, vitória sobre a forte seleção de Gana por 2 a 1. Na segunda rodada, vencia Portugal de Cristiano Ronaldo por 2 a 1 até os 50 do segundo tempo, mas sofreu o empate (gol de Silvestre Varela). Na última partida da fase, perdeu para a Alemanha por 1 a 0. Terminou empatado com Portugal com 4 pontos, mas levou vantagem no saldo de gols (0 contra -3).

Incluindo jogos amistosos, esse confronto já tinha se repetido outras cinco vezes na história, com quatro vitórias belgas. A vitória americana aconteceu justamente no único encontro em Mundiais, em 1930, pelo placar de 3 a 0.

Agora, essa era a última partida da fase de oitavas de final. Os ianques estavam com o time completo. A Bélgica tinha o desfalque de Steven Defour, expulso no jogo anterior contra os sul-coreanos.

A Arena Fonte Nova, pródiga em número de gols e bons jogos nessa Copa, viveria mais épico.


A Bélgica atuava no 4-2-3-1, com laterais mais fixos na defesa. Entre os meias avançados, a constante movimentação e troca de posições poderia confundia a marcação adversária.


Os EUA jogaram em um misto de 4-1-4-1 e 3-6-1. O bom zagueiro Geoff Cameron foi improvisado como volante e fazia essa balanço defensivo. No ataque, o capitão Clint Dempsey ficava muito isolado.

● Como já era esperado, a Bélgica finalmente mostrou a que veio, dominando a posse de bola e as ações ofensivas, especialmente com Hazard e Kevin de Bruyne. A defesa americana estava compacta e bem posicionada, apostando no contra-ataque com o isolado atacante Clint Dempsey e com o apoio de Michael Bradley e Jermaine Jones pelo meio. O primeiro tempo foi truncado, com as defesas se sobressaindo aos ataques.

A segunda etapa consagrou o goleiro americano Tim Howard. Com brilhantes defesas (e também a sorte, com uma bola de Divock Origi que tocou no travessão), ele literalmente fechou o gol. Em determinado momento, passou a ser, na prática, um ataque contra defesa.

Mas a chance mais clara de gol nos 90 minutos foi perdida pelos EUA já nos acréscimos. Em um cruzamento para a área, Jones cabeceou e o atacante Chris Wondolowski chutou para fora, da linha da pequena área.

Assim, o placar zerado resultou na quinta partidas das oitavas de final que chegava a uma prorrogação. O tempo extra seria eletrizante, como virou marca registrada nesse Mundial.

Logo no início, o técnico belga Marc Wilmots colocou o centroavante Romelu Lukaku em campo. Mesmo sem fazer um bom Mundial, Lukaku certamente é o melhor atacante belga desse século. E ele começou a corresponder às expectativas dois minutos depois de entrar. Lukaku ganhou uma dividida na força, avançou em velocidade e cruzou para a pequena área. O zagueiro Besler não conseguiu cortar. De Bruyne dominou, cortou a marcação e chutou cruzado, sem chances para o excepcional Howard. Enfim, ele fora batido. Foram mais de 30 finalizações antes dos “Diable Rouge” conseguirem o primeiro gol.

A Bélgica continuou no ataque e Howard fez outras quatro defesas. Mas, no último minuto da primeira etapa, Lukaku arrancou em um contra-ataque pela esquerda, passou para Hazard, que tocou para De Bruyne, que devolveu o presente para Lukaku. O herói da partida mandou para o fundo do gol.

Vencendo por 2 a 0, a Bélgica recuou naturalmente. Aos Estados Unidos só restava atacar e eles tentaram pressionar na segunda etapa. Aos 2 minutos, Julian Green aproveitou um ótimo passe por elevação de Michael Bradley e, sem deixar a bola cair, fez o gol de honra americano. O ótimo goleiro Thibaut Courtois chegou a tocar na bola, mas não conseguiu impedir que ela entrasse. Green foi o jogador mais jovem a anotar um gol na Copa de 2014.

A parte ianque dos 51.227 expectadores passaram a gritar incessantemente “USA“. O time se lançou ao ataque, criou outras chances reais, mas não conseguiu empatar a partida. Na melhor das oportunidades, Dempsey apareceu na cara de Courtois em uma cobrança de falta ensaiada, mas o goleiro impediu o gol. A Bélgica também não aproveitou os vários contra-ataques e o jogo terminou mesmo em 2 a 1.


Howard, em uma de suas numerosas defesas na partida (Imagem: Época)

● O goleiro americano Tim Howard (com uma aula de bom posicionamento e reflexos) fez 16 defesas na partida e de tornou recordista no quesito desde que a FIFA começou a acompanhar essa estatística, em 1966. No total, os belgas finalizaram 38 vezes (recorde nessa edição), contra 15 dos ianques.

No fim, os Estados Unidos caíram de pé, mostrando uma clara evolução em seu futebol e gerando expectativas de resultados melhores no futuro.

Com essa vitória belga, a Copa do Mundo de 2014 foi a primeira edição onde todos os primeiros colocados na fase de grupos venceram nas oitavas de final e conseguiram avançar às quartas.

A Bélgica se classificou para as quartas de final pela primeira vez desde 1986, mas parou na Argentina. Com um gol de Gonzalo Higuaín logo no início, os argentinos dominaram a partida e não deram chance aos belgas.


Romelu Lukaku sobrou fisicamente na prorrogação e decidiu a partida (Imagem: Globo Esporte)

FICHA TÉCNICA:

 

BÉLGICA 2 X 1 ESTADOS UNIDOS

 

Data: 01/07/2014

Horário: 17h00 locais

Estádio: Arena Fonte Nova

Público: 51.227

Cidade: Salvador (Brasil)

Árbitro: Djamel Haimoudi (Argélia)

 

BÉLGICA (4-2-3-1):

ESTADOS UNIDOS (4-1-4-1):

1  Thibaut Courtois (G)

1  Tim Howard (G)

2  Toby Alderweireld

23 Fabian Johnson

15 Daniel van Buyten

3  Omar Gonzalez

4  Vincent Kompany (C)

5  Matt Besler

5  Jan Vertonghen

7  DaMarcus Beasley

6  Axel Witsel

20 Geoff Cameron

8  Marouane Fellaini

19 Graham Zusi

7  Kevin de Bruyne

4  Michael Bradley

14 Dries Mertens

13 Jermaine Jones

10 Eden Hazard

11 Alejandro Bedoya

17 Divock Origi

8  Clint Dempsey (C)

 

Técnico: Marc Wilmots

Técnico: Jürgen Klinsmann

 

SUPLENTES:

 

 

12 Simon Mignolet (G)

12 Brad Guzan (G)

13 Sammy Bossut (G)

22 Nick Rimando (G)

3  Thomas Vermaelen

2  DeAndre Yedlin

18 Nicolas Lombaerts

6  John Anthony Brooks

23 Laurent Ciman

21 Timothy Chandler

21 Anthony Vanden Borre

15 Kyle Beckerman

19 Moussa Dembélé

14 Brad Davis

16 Steven Defour

16 Julian Green

20 Adnan Januzaj

10 Mikkel “Mix” Diskerud

22 Nacer Chadli

18 Chris Wondolowski

11 Kevin Mirallas

9  Aron Jóhannsson

9  Romelu Lukaku

17 Jozy Altidore

 

GOLS:

93′ Kevin de Bruyne (BEL)

105′ Romelu Lukaku (BEL)

107′ Julian Green (EUA)

 

CARTÕES AMARELOS:

18′ Geoff Cameron (EUA)

42′ Vincent Kompany (BEL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

32′ Fabian Johnson (EUA) ↓

DeAndre Yedlin (EUA) ↑

 

60′ Dries Mertens (BEL) ↓

Kevin Mirallas (BEL) ↑

 

72′ Graham Zusi (EUA) ↓

Chris Wondolowski (EUA) ↑

 

ANTES DA PRORROGAÇÃO Divock Origi (BEL) ↓

Romelu Lukaku (BEL) ↑

 

105+2′ Alejandro Bedoya (EUA) ↓

Julian Green (EUA) ↑

 

111′ Eden Hazard (BEL) ↓

Nacer Chadli (BEL) ↑

Belgas comemoram a classificação (Imagem: Globo Esporte)

Veja todas as 16 defesas de Tim Howard:

Para assistir aos gols da partida, clique aqui.

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