Três pontos sobre…
… Quarentinha: o artilheiro que não sorria
(Imagem localizada no Google)
● Quarentinha ainda hoje é maior artilheiro da história do Botafogo, com 313 gols em 447 jogos.
Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, nasceu em Belém, capital do Pará, em 15/09/1933. Era filho do ex-jogador do Paysandu, Luís Gonzaga Lebrêgo, que nasceu em Barbados, no Caribe, e veio para Belém ainda criança. “El Tigre” (outro apelido do pai) marcou 208 gols com a camisa do Papão da Curuzu e se tornou o terceiro maior artilheiro da história do clube. Seu apelido era “Quarenta”. Daí vem o apelido de nosso homenageado de hoje: o filho do Quarenta, é “Quarentinha”.
O filho começou no mesmo Paysandu e logo aos 16 anos era titular do time. Aos 20 foi para o Vitória, onde foi campeão baiano e artilheiro do torneio de 1953, com 31 gols, logo em seu primeiro ano no clube.
No ano seguinte, passou a fazer parte do grande e glorioso Botafogo, onde atuou de 1954 a 1964. O ataque com Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo marcou época no futebol brasileiro e, ao lado de outros craques como Garrincha, Nilton Santos, Paulo Valentim, Rildo, o goleiro Manga, dentre outros, é considerado o melhor time que vestiu a camisa do Glorioso. O esquadrão conquistou Campeonato Carioca em 1957, 1961 e 1962, o Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964, além outros títulos de torneios amistosos.
O chute potente da perna esquerda de Quarentinha só era comparado ao de Pepe, na época. Nas bolas paradas, o adversário que estava na barreira torcia para a bola passar direto por eles senão, era nocaute na certa. Ao todo, além de ser o maior goleador, também é o quarto jogador que mais disputou partidas com o manto alvinegro, com 447 jogos. Foi artilheiro do Campeonato Carioca por três anos seguidos: em 1958 com 19 gols; em 1959 com 25 gols e em 1960 com 25 gols.
Tem uma das melhores médias de gols da história da seleção brasileira, com 17 gols em 17 partidas (um gol por jogo), entre 1959 e 1963. As lesões nos meniscos o tirou da Copa do Mundo de 1962. Na convocação final, Quarentinha foi cortado e em seu lugar foi relacionado o centroavante Coutinho do Santos.
Passou por empréstimo pelo Bonsucesso-RJ em 1956, onde foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca, com 21 gols (um a menos do que o artilheiro Valdo, do Vasco). Após o Botafogo, voltou ao Vitória, onde foi bicampeão baiano em 1964 e 1965. Depois, fez uma peregrinação na Colômbia, atuando por Unión Magdalena (1965-1966), Deportivo Cali (1966), Junior Barranquilla (1967) e América de Cali (1967). Encerrou a carreira em 1968 pelo Clube Náutico Almirante Barroso, da cidade de Itajaí, no litoral do Estado de Santa Catarina.
● Em 2008 foi publicada a biografia do craque: “Quarentinha: o artilheiro que não sorria”, por Rafael Casé, pela editora Livros de Futebol.
O motivo do título era uma das maiores características do ponta de lança: os gols não eram motivos para comemoração, pois ele estava apenas cumprindo sua obrigação, já que estava sendo pago para isso. Seu jeito introvertido fizeram muita gente o rotular como indolente. A falta de comemoração irritava a torcida botafoguense, mas não importa… ela comemorava por ele. O importante era que os gols continuassem.
Segundo relatos de seus familiares, apesar de ter sido lesado sucessivamente em seus contratos assinados em branco (assim como acontecia também com outros jogadores, como Garrincha), teve um fim de vida digno, com dois imóveis e dinheiro para se manter. Faleceu de insuficiência cardíaca aos 62 anos, no Rio de Janeiro, em 11/02/1996.
(Imagem: CBF)
● Feitos e premiações de Quarentinha:
Pela Seleção Brasileira:
– 17 gols em 17 jogos.
Pelo Botafogo:
– Campeão do Campeonato Carioca em 1957, 1961 e 1962.
– Campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964.
– Artilheiro do Campeonato Carioca em 1958 (19 gols), 1959 (25 gols) e 1960 (25 gols).
– Campeão do Torneio de Paris em 1963.
– Campeão do Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro em 1954.
– Campeão do Torneio João Teixeira de Carvalho em 1958.
– Campeão do Pentagonal Interclubes do México em 1958 e 1962.
– Campeão do Torneio Internacional de Clubes da Colômbia em 1960.
– Campeão do Torneio Jubileu de Ouro da Bolívia em 1964.
– Campeão do Quadrangular Interclubes de Buenos Aires em 1964.
– Campeão do Torneio do Suriname em 1964.
Pelo Vitória:
– Campeão do Campeonato Baiano em 1953, 1964 e 1965.
– Artilheiro do Campeonato Baiano em 1953 (31 gols).
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